A pouquíssimo tempo, eu tinha ficado bem feliz ao terminar Blazing Chrome, jogo da Joymasher que cumpre muito bem o papel que ele se propôs. Ele é um jogo run’n’gun aos moldes de Contra e Metal Slug, não deixando nada a desejar a estes tão cultuados clássicos.

Pouco tempo depois lançou Contra Rogue Corps e este jogo…

A gente já até entrou em discursão aqui sobre este novo Contra e eu ainda tinha uma leve esperança que este seria um bom título, mas sinceramente tá bem difícil de terminar ele olhando de uma forma positiva.

Isso nos trás a este jogo que eu quero falar nesta despretensiosa análise, Valfaris, que também é um jogo de plataforma com rolagem lateral (às vezes horizontal), do mesmo gênero run’n’gun, porém foi uma grande surpresa para mim.

O jogo foi produzido pelos mesmos produtores de Slain: Back from Hell e distribuído pela Big Sugar (que nos cedeu gentilmente uma cópia para esta análise) em novembro de 2019 lançado para PC, Switch, PS4 e Xbox One. 

O jogo começa com Therion indo atrás de seu pai, na fortaleza chamada Valfaris, que há tempos havia desaparecido e ressurge próximo a um sol que estava morrendo. Mas ao chegar lá ele encontra o ambiente muito mais hostil do que o normal, forçando-o a usar de todo o seu arsenal para chegar até o seu objetivo.

Basicamente toda a história é contada em diálogos entre os chefes, Therion e a IA que o acompanha. Esta que também dá dicas no decorrer das fases.

Aos poucos você vai entendendo de fato o que aconteceu com a fortaleza e o porquê desta estrela está chegando ao fim da vida.

E o jogo em si, como funciona?

A ambientação é muito bem detalhada e variada, passando por montanhas, castelos, grutas, cavernas, tudo com cenários biomecânicos, mas com um certo toque de destruição, isso que também faz parte da história que irá se desenrolar ao decorrer das fases.

Os inimigos são variados e a criatividade aqui foi bem longe, assim dizendo. Temos por exemplo cachorros com partes de máquinas, monstros do pântanos, minhoca gigantes, dragões voadores, enfim, uma quantidade absurda de seres saídos de filmes B de terror sci-fi da década de 50.

A trilha sonora é totalmente original e recheada de muito Heavy Metal, cru, bruto e direto, algo que combina muito bem com o jogo. Composta e gravada por Curt Victor Bryant, ex membro da banda suíça Celtic Frost.

As animações são muito bem detalhadas e a quantidade de sprites são altíssimas, dando uma riqueza e leveza nos movimentos e dando ênfase as eliminações, dos inimigos que se dissolvem, explodem, são mutilados, são eletrocutados, tudo que o Gore pode nos proporcionar.

Ah, falando em morte, neste jogo morrer é algo bastante comum, pois esta enorme quantidade de inimigos, te obriga a criar uma estratégia de batalha a cada nova área que você irá explorar, pois cada um tem seus próprios padrões de ataque e isso te obriga a escolher bem as armas.

As armas são muitas (pistolas, lança chamas, machados, espadas, metralhadoras, lança foguetes, escopetas) e você pode se equipar com 3 de cada vez. Uma arma de mão, uma arma leve e uma pesada. Essas que você poderá trocar e evoluir nos checkpoints que são espalhados pelas fases.

Sobre os chefes, eu vou fazer a mesma citação do Bits me Prova e ressaltar apenas três, pois eles exemplificam muito bem como são as batalhas em Valfaris.

O primeiro é o Guardião dos Túmulos (chamado carinhosamente de Gordão no vídeo) que foi o primeiro chefe que eu tive uma certa dificuldade ao enfrentá-lo, pois ele tem mais de um ataque, sendo uma para longas distâncias e um para curtas, além do teleporte que ele usa, sendo que este te dá dano se você estiver no caminho que ele está percorrendo. Logo após derrotá-lo, ele irá aparecer em uma fase mas em dupla com outro guardião, isso aumentando consideravelmente a dificuldade e aqui fica a minha primeira dica, sempre que puder, evolua o lança foguetes, pois ele te ajudará nesta parte. E andando mais um pouco ele se torna inimigo comum, coisa que acontece com quase todos os chefes deste jogo.

O segundo que eu abordo é Guarda Vigia (que no vídeo eu o chamo de o Chefe do Olho) que é basicamente um puzzle de memória. Uma de suas partes brilha e depois elas se embaralham, daí você tem que acertar na parte que brilhou para dar dano, pois se errar, Therion é quem perde o life. Esta é uma outra forma de combate que também acontecerá em outros momentos do jogo, aqui não importa muito o poder da sua arma, mas sim a esua observação do ambiente.

E o terceiro boss que eu abordo é o Kyvok, sendo este o último chefe. Este é o típico chefe em que você enfrenta por etapas e elas são bem distintas. Aqui você precisará ter o domínio nos ataques das três armas, pois cada uma será importante em cada momento. Além das formas variantes do chefe, tem uma curiosidade: Este é o último chefe, mas não é o pai de Therion e isso se explicará no decorrer das fases, por isso preste bastante atenção nos diálogos, pois eles deixarão claro o que aconteceu até aquele momento.

Um dos pontos negativos que eu pude observar é não ter desafios extras, nem bonus galery, nem new game +. Então fator replay fica restrito somente a conseguir todas as conquistas.

Conclusão?

Valfaris é um daqueles jogos que pode te surpreender logo de cara e consegue manter a empolgação em toda a sua narrativa. A temática, trilha sonora e estilo de gameplay, são bem comuns ao gênero e aqui você poderia pensar que não temos novidades, mas as a junção destes elementos no título são muito bem executados, mostrando um amadurecimento da equipe de desenvolvimento e um ótimo título dos jogos de tiro. Eu super recomendo para quem é amante de jogos clássicos e/ou para quem gosta de um desafio a moda antiga. Ele não é impecável, mas consegue entregar uma diversão balanceada e muito bem estruturada.

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Muito obrigado a todos!